Foi Dada a Largada para Race Day Stock Car Pro Series – Impressões

Nesses últimos anos jogando boards, participei de algumas corridas, digo, de jogos de corrida. E eu já começo me defendendo, pois estou longe de ser a melhor pessoa para falar disso! Conheço tanta gente mais especializada que me envergonha escrever um texto sobre esse assunto. Mas a oportunidade bateu, e a cara foi a tapa, então vamos lá!! E por favor, não me julguem, e sim briguem nos comentários!

Não lembro ao certo, mas acredito que o primeiro jogo de corrida que joguei foi o Formula D. Claro que não vou comentar do Super Trunfo Fórmula 1, nem de Top Gear ou Gran Turismo. 

Eu simplesmente curto demais o Fórmula D! Mas eu tenho um problema muito grande com ele, talvez a ansiedade bata forte, talvez forçar aquela jogada memorável venha de dentro da alma, mas a verdade é que na grande maioria das vezes eu capotei o carro, fui eliminado da corrida e mal senti o cheiro do podium.

O jogo é bem rápido, então a eliminação de jogadores não é exatamente um problema. E quando isso ocorre, normalmente é na segunda metade do jogo. Mas uma coisa é fato, dá aquela vontade de sair da mesa e jogar um Horizon Chase Turbo.

Depois do Formula D, tive alguns contatos com outros jogos de corrida diferentes, como Downforce, Automobiles, Rallyman GT, Flamme Rouge, Corrida Maluca, Steampunk Rally, Unicorn Fever, Ave Ceasar, Chariot Race, isso sem falar de jogos nessa temática, mas levemente diferentes como Pit Crew, Camel Up, Velonimo, Segundon… certamente esqueci de algum outro.

Mas o que eu queria mesmo falar hoje é sobre o Race Day – Stock Car Pro Series. Acho difícil não compará-lo com o Formula D. Inclusive, comecei o texto falando desse, por isso.

Race Day – Stock Car é um jogo nacional de corrida que utiliza basicamente dados para a movimentação.

Achei bacana o sistema de clima, abrindo uma carta para definir o clima inicial e depois, ao saírem 3 cartas de um mesmo tipo, o evento clima é ativado e nisso pode-se trocar entre sol e chuva. Inclusive é possível ter tempestade, entrando o Safety Car.

Seu sistema de batida é bem simples, e o único carro que sofre com isso é quem bateu. Entendo que em uma colisão com dois veículos, ambos possam ser prejudicados, mas essa escolha do designer ajuda no caso de jogadores quererem punir o restante da mesa. Então não vejo isso como um problema. 

Nas colisões, seu carro é deslocado para a brita, perdendo basicamente um turno para sair dali. Nisso eu vejo uma pequena falha, pois alguns trechos da pista a brita fica muito à frente de onde uma colisão pode acontecer. Então, por mais que seja ruim bater, pode ser que você saia em uma posição bacana.

Falando da pista, nela sentimos uma outra dificuldade. Os riscos que orientam a movimentação dos carros são levemente apagados, então a depender da luz, ou do nível de cegueira do jogador, isso pode ser um problema. Mas talvez não seja o maior ainda.

Esses segmentos de reta não são orientados, então dependendo do trecho da pista gera uma confusão na hora da movimentação. Tem alguns deslocamentos laterais que aparentam ser quase que para trás. Então não sabemos se eles podem ser utilizados. Como estão em áreas de curva, não fica claro se são para o lado. Tentamos jogar quase sem colisões, e nesse cenário, esses trechos causaram um pouco de polêmica. 

Outro detalhe que sentimos um pouco foi com as cartas de rádio. São poucos pontos em que elas estão disponíveis, muitas vezes em uma curva mais aberta e demorada. Tematicamente falando, creio eu que o piloto esteja sempre em contato com a equipe pelo rádio, então as informações são mais facilmente repassadas. Mas, voltando ao ponto da escolha do designer, pode ser que tenha tentado evitar um jogo com muito “take that” (ou “toma essa”), por isso poucas cartas. 

O manual também não é o melhor dos melhores, alguns casos não são bem explicados ou bem exemplificados, existem alguns pontos de dúvida nele que acabaram aparecendo na mesa. A entrada do Safety Car unido com a passagem pelo box nos pareceu confusa e pouco detalhada.

Por fim, o dado cinza, aaaah, o dado cinza. Isso gerou polêmica na mesa. Uns amaram, outros odiaram. Você tirar o número 1 e dar aquela derrapada na pista, ou um 8 e brilhar, disparando no meio da chuva, mostrando ser um Ás dos volantes, é um ponto digno de ser observado. Como disse, uns vão amar, outros odiar.

Sei que parece que reclamei de muitos detalhes do jogo, e por dizer que pouco joguei, talvez seja injusto apontar esses “defeitos”, mas a verdade é que achei o jogo excelente, um dos melhores de corrida que tive oportunidade de conhecer.

Compará-lo com Fórmula D é sim um grande elogio, principalmente por dizer que não são iguais, que apenas “bebem” da mesma fonte. Sem eliminação  de jogador então, acertou em cheio!!

A pista tem elementos e curvas que nos lembraram Interlagos, isso cria uma temática de Stock Car ainda mais presente no jogo. Estamos agora esperando lançarem novas pistas para o jogo. 

Designer, deixo aqui meu desabafo: o verso do tabuleiro poderia ser aproveitado como uma segunda pista, hein?! Fica a dica!!

Portanto, a conclusão é clara, se ainda não jogou Race Day – Stock Car Pro Series, não perca tempo, acelere seu carro e se divirta com os amigos.

Prós:

  • Jogo simples, movimentação por dados facilitada;
  • Presença do fator clima deixa o jogo muito divertido e tenso ao mesmo tempo;
  • Sem eliminação de jogador.

Contras:

  • Pista com orientação confusa;
  • Manual com problemas (facilmente corrigido);
  • Poucas cartas de rádio.

Texto: Lomba

Revisão: dfmcosta