Fala, galera! Faz um tempinho que não escrevo por aqui, então bora tirar as teias das teclas e falar sobre esse jogo de caixa minúscula, com algumas cartas, vários finais e três clips.
Fate Flip – Arrastado pelo Mar é um jogo de Johannes Krenner, para 1 jogador. Cada partida dura cerca de 35 minutos (ou menos, dependendo das suas escolhas) e foi trazido ao Brasil pela editora MeepleBR.
“Você chega em uma praia arenosa. O sol queima suas costas, o sal marinho causa coceira na pele e sua língua mal se move na boca… Você se lembra de uma onda enorme que o arrastou para o mar, rapidamente perdendo o navio de vista. Você tem sorte de estar vivo. Mas onde você está? Este lugar é habitado? Há navios navegando por aqui? Você algum dia voltará para casa? E será capaz de sobreviver?”
Esse é o começo do jogo. Já jogou algum livro-jogo? Se sim, você vai se familiarizar rapidamente com a mecânica. Caso contrário, vou explicar. Existem livros-jogos em que a história avança de acordo com suas escolhas, por exemplo:
“Ao entrar no salão, você vê várias pessoas encapuzadas. No centro, há um altar com uma pessoa deitada e outra encapuzada de pé, de braços abertos, aparentemente realizando um ritual.”
Opções:
- Você grita: “E aí, galera, bora dividir esse pacote de Doritos que comprei na vendinha?” (Vá para a página 32).
- Você tira uma metralhadora do chapéu e diz: “Say hello to my little friend” e atira em todo mundo (Vá para a página 27).
Essa é a ideia de um livro-jogo: uma narrativa guiada em que suas escolhas influenciam a história e o final.
Em FateFlip – Arrastado pelo Mar, o conceito é similar, mas a história se desenrola através de cartas. O manual, pequeno, serve apenas para explicar as iconografias das cartas, que indicam o aumento ou diminuição dos seus status. É aí que o jogo fica interessante!
Diferente de um livro-jogo tradicional, aqui você precisa gerenciar seus status, marcados com clips (lembra que mencionei no começo?). Se algum status chegar a zero, algo vai acontecer (e não vou estragar a surpresa).
Mas, se não há páginas para indicar o próximo passo, como é decidido? Suas escolhas alteram seus status e determinam o que você faz com a carta lida. Você pode virá-la verticalmente e colocá-la no fim do baralho ou virá-la horizontalmente e deixá-la no topo, para decidir o destino com essa mesma carta mais tarde. Existem outras variações também.
Ah, e você não fica com o baralho todo na mão! Algumas cartas são itens e ficam separadas, pois certas cartas/histórias vão indicar quais itens usar. O jogo é dividido em 3 capítulos, e no início de cada um você sabe quais cartas terá. Se for necessário adicionar uma nova carta, o jogo dirá se deve ir para o topo ou o final do baralho.
A experiência de jogar é incrível! Como o jogo tem 13 finais diferentes, você fica ansioso para jogar novamente assim que termina, pensando: e se eu tivesse feito outra escolha naquela parte?
Foi uma grata surpresa para mim, pois depois de cansar de ler manuais, a experiência de FateFlip é interativa e divertida.
Algo que não recomendo é sleevar as cartas. Além de não precisar embaralhá-las muito, o baralho não caberá mais na caixa, o que é triste.
Eu adoraria contar mais sobre a história, mas qualquer detalhe seria spoiler. No entanto, estou pensando em fazer uma live interativa, onde as decisões seriam tomadas por vocês. A duração da live dependeria das suas escolhas, e se vocês não se importarem em talvez chegar a um dos finais (caso consigamos algum), pode ser uma experiência bacana.
Comentem o que acharam, tirem suas dúvidas, curtam e compartilhem com os amigos!
Prós:
- Fácil de levar para qualquer lugar;
- Setup rápido;
- História envolvente;
- A arte do jogo é incrível, combinando perfeitamente com a narrativa.
Contras:
- Se sleevar as cartas, você não conseguirá mais guardá-las na caixa.
Texto: solidthales