A emoção de uma corrida automobilística é intensa e pode ser sentida de diversas formas, como a adrenalina, a velocidade, estresse e a paixão pelo esporte.
Início de uma tarde de domingo, o sol se tornava cada vez mais onipotente no céu com poucas nuvens. O Asfalto estava tão quente que era possível ver a borracha dos pneus deformando. Os pilotos verificando aerofólios, pneus, freios e combustível, tudo na mais perfeita precisão, para que seus carros realizem a corrida sem contratempos.
Tudo preparado para a largada, os motores são ligados realizando uma sinfonia ensurdecedora.
E começa a corrida, o carro verde dispara na frente obrigando os outros carros a seguir em fila logo na primeira curva. Num momento de extrema habilidade o carro amarelo utiliza o máximo de seu motor, passando por dentro na reta e ultrapassando todos os outros carros, chegando primeiro na segunda curva.
Antes mesmo de iniciar a próxima reta, o carro amarelo vê no retrovisor o carro verde rodando, em manobra afobada, na tentativa de voltar a liderança.
A corrida tem um início emocionante com o carro amarelo na liderança, logo em seguida o vermelho, azul, preto e por ultimo, tentando retomar, o verde.
Na extensa reta o carro preto entra em alta velocidade e toma a dianteira, antes da perigosa curva. Mais uma vez os carros utilizam da alta tecnologia de engenharia proporcionada aos carros para realizar a curva. É possível ouvir no calor da pilotagem os chassis quase entortando para superar a curva.
Vencido o terrível algoz de noventa graus, o piloto amarelo, agora em segundo, num descuido infeliz permite que seu carro seja ultrapassado pelos carros vermelho e pelo carro azul.
Após duas curvas os pilotos tomando cuidado com seus carros para não aquecer seus respectivos motores, o carro amarelo numa manobra audaciosa e na tentativa de abrir vantagem sobre os outros pilotos, roda na penúltima curva, permitindo assim a ultrapassagem do carro vermelho e do carro azul.
O piloto do carro vermelho, emocionado com a possibilidade de terminar a corrida em primeiro lugar percebe que terá que contar com a sorte, pois além de estressado, seu motor está muito quente, não possibilitando manobras arriscadas, com isso opta por uma ultima curva segura, reduzindo ao máximo a marcha de seu carro.
E assim os pilotos do carro vermelho e azul adentram a ultima curva…
“Lá vem o carro azul pra ultima curva, reduziu para a terceira marcha, quase rodou. Engatou a quarta marcha em alta velocidade, está próximo do carro vermelho. Vai passar, vai passar, pegou o vácuo na reta e passa em primeiro lugar na linha de chegada. O carro azul se consagra CAMPEÃO!”
Pode parecer num primeiro momento a narração de uma corrida de Formula 1, mas se trata do melhor jogo de corrida que tive o prazer de jogar. Estou falando nada mais e nada a menos que HEAT: Pedal to the Metal.
HEAT é um jogo de 1 a 6 jogadores (caixa base), trazido ao Brasil pela Galápagos Jogos, dos designers Asger Harding Granerud, Daniel Skjold Pedersen.
Nele os jogadores irão disputar quem será o melhor piloto e atravessar a linha de chegada em primeiro lugar, através das mecânicas de gestão de mão, construção de baralho (realizado antes da corrida no modo avançado), force sua sorte, movimentação programada e seleção de ações.
Se não bastasse isso, a caixa base ainda conta com quatro mapas, além de módulos para alterar o clima, pilotos lendas (proporcionando corridas épicas), modo campeonato, patrocinadores e o modo garagem, que é onde o jogo brilha ainda mais.
Num primeiro momento a explicação das regras pode parecer confusa, porém após a primeira rodada, o jogo se torna fluido.
A partida se inicia determinando a marcha, que definirá o numero de cartas que serão jogadas seguindo para a resolução das ações em ordem, do primeiro ao ultimo colocado.
As cartas selecionadas definem o numero de espaços que o jogador irá avançar seu carrinho. Após o avanço são verificados habilidades (modo garagem), cartas de estresse (que geram o force sua sorte), assim como resfriamento, vácuo e curva.
As cartas de calor do jogo, o tornam estratégico, visto que podem ser utilizadas para mitigar a sorte nas curvas, evitando que os carros rodem.
Tive diversas partidas e em todas elas as experiências foram gratificantes, com finais dramáticos e diversas configurações de jogadores.
Pros:
- Mecânicas Estratégicas: O jogo combina gerenciamento de mão, jogadas de cartas e controle de calor, oferecendo uma experiência estratégica profunda;
- Arte e Componentes: A arte é impressionante e os componentes são de alta qualidade, o que melhora a experiência geral do jogo;
- Rejogabilidade: Com diferentes módulos e opções de jogo, há muita variabilidade, o que mantém o jogo interessante em longo prazo;
- Modo Solo: O modo solo é bem desenvolvido, proporcionando uma experiência desafiadora e divertida.
Contras:
- Complexidade: Pode ser um pouco complexo para novos jogadores, especialmente aqueles que não estão familiarizados com jogos de tabuleiro mais estratégicos;
- Volatilidade: A natureza rápida e imprevisível do jogo pode não agradar a todos, especialmente aqueles que preferem jogos mais controlados e menos dependentes da sorte.
E vocês? Tiveram alguma experiência com HEAT: Pedal to the Metal?
Texto: brunogodwolf
Revisão: solidthales