Vikings caçadores, cultivadores, construtores, artesãos, criadores de ovinos e bovinos. Essas habilidades e muito mais você encontra no Banquete a Odin. Um jogo onde Uwe Rosenberg uniu mecânicas de outros jogos consagrados, como Patchwork e Agrícola.
Ao longo de 6 (jogo rápido) ou 7 (jogo longo) rodadas os jogadores deverão fabricar armas, procriar ovelhas e vacas, gerenciar suas colheitas para alimentar seus vikings, assim como enviá-los para terras distantes e travar lutas para obter espólios e conquistar ilhas.
O jogo utiliza mecânicas de alocação de trabalhadores, colocação e coleção de peças, rolagem de dados e force sua sorte.
A cada rodada um novo trabalhador é adicionado para ser utilizado no tabuleiro de ações, aumentando as possibilidades de aquisição de recursos.
Através do tabuleiro de ações (com mais de 50 opções), os jogadores deverão alocar seus trabalhadores para caçar, baixar ocupações, adquirir recursos, alimentos, construir (navios, cabanas e casas), evoluir recursos para conseguir peças que, no estilo “Tetris”, serão posicionadas e encaixadas no tabuleiro do jogador, ilhas e cabanas.
Nas encostas é possível conseguir recursos como pedras, madeiras, minérios e prata.
A caça, pilhagem e ataque (os dois últimos com navios) são realizados através de rolagem de dados, entretanto o peso do elemento sorte pode ser mitigado através do uso de pedras, madeiras, armas e minérios.
As ocupações causam assimetria entre os jogadores, proporcionando facilitadores para a aquisição de recursos.
Além da colheita que ocorre em rodadas específicas, alimentos também são adquiridos no tabuleiro de ações.
Com a construção de navios é possível evoluir recursos, caçar baleias, realizar comércio, conquistar ilhas, atacar outras civilizações e emigrar. Com a construção de cabanas e casas é possível ganhar pontuação extra e bônus.
A evolução dos recursos (laranja, vermelho, verde e azul) é o que mais brilha, na minha opinião, porque é através disso que podemos pontuar e retirar as punições iniciais que estão no tabuleiro individual de cada jogador, ilhas e cabanas, assim como cobrir a área onde não há pontos negativos, para aumentar a renda (prata) e conseguir bônus.
Outro ponto punitivo é a alimentação que deverá ser feita em todas as rodadas. Se o jogador não puder realizá-la, receberá a Penalidade Ting (-3 pontos por cada ficha) que impactará na pontuação final.
Um ponto de atenção para as emigrações, com as quais é possível enviar os vikings para terras distantes, reduzindo assim o alimento necessário para o banquete e conseguindo muitos pontos de vitória por cada emigração. Deve-se ficar atento, pois se trata da ação que oferece a maior pontuação.
Contudo, para realizar as emigrações é preciso de Renda, que não é muito fácil de se conseguir.
Após a sexta rodada, sétima se for o jogo longo, os jogadores contabilizarão a pontuação, entre pontos negativos, renda, navios, cabanas e casas. Vence a maior pontuação.
O jogo também possui um modo solo que me surpreendeu por ser intuitivo e empolgante, podendo testar várias formas de pontuação e extraindo o máximo que o jogo tem para entregar.
As partidas que experimentei na configuração máxima duraram de 90 a 120 minutos, sendo um jogo desafiador com uma curva de aprendizagem um pouco alta, não pelas regras, pois elas são simples, basicamente alocação de trabalhadores, mas pela quantidade de ações e formas de pontuar.
Componentes elegantes e de ótima qualidade fazem com que o Banquete a Odin seja uma das melhores obras de Uwe.
Banquete a Odin atualmente encontra-se “Out Of Print”, porém é possível encontrá-lo em leilões na Ludopedia, assim como no Tabletop Simulator e na ótima implementação do Board Game Arena (BGA).
Prós:
- Várias formas de pontuação (ilhas, criações, ocupações, casa/cabanas e emigrações);
- Iconografia intuitiva;
- Punitivo na medida certa;
- Fator sorte mitigado;
- Modo solo muito bom.
Contras:
- Alta pontuação das Emigrações
Texto: brunogodwolf
Revisão: dfmcosta