[RobotCrônicas] Ep. 1 – Diário de um Sobrevivente (Zombicide)

Vinte e sete de agosto de 2013. Switch City. O cenário estava montado e nosso grupo reunido. Wanda, rápida como sempre, saiu em disparada com um pé de cabra naquelas mãos aparentemente frágeis. “Pessoal! Vou abrir esta porta!”. Não estávamos com sorte. Uma família inteira. Uns cinco zumbis, eu acho. Phil, agora com duas pistolas, se adiantou enquanto Wanda se distanciava. Ele conseguia ver dois deles, mas só conseguiu derrubar um.

Josh quis ser herói. Estava com um machado. A ideia era entrar e derrubar o segundo zumbi que estava na sala. Depois fugiria, como o bagre ensaboado que era. Nada funcionou como queríamos. Josh errou. Phil não podia atirar sem acertar Josh e ninguém mais estava armado. O garoto foi nossa primeira baixa.

A situação foi se complicando. Eles não eram rápidos, mas eram muitos. Corremos para os carros. Esses tunadões sempre escondem algo. Encontrei duas pistolas douradas. Doug, uma escopeta com um facão acoplado. Amy, essa não teve sorte. Procurou armas no carro da polícia e só encontrou um pé de cabra. Mesmo assim voltou para a briga.

Phil pegou a viatura (meio clichê, não?) e foi atrás de Wanda. A garota tinha fibra, mas não era muito inteligente. Não se deve sair por aí feito um louco, sozinho, em meio a um apocalipse zumbi. Eu falei várias vezes. Aparentemente, ela havia encontrado uma escopeta numa segunda viatura, mas aqueles balofos cuzões duma figa não são fáceis. Eles sempre estão acompanhados de walkers famintos.

Wanda foi nossa segunda baixa. Phil não pôde fazer nada além de vê-la ser devorada pelos malditos. O rapaz ficou louco. Saiu atropelando os desgraçados como se fosse um jogo. Avançava com a viatura, freava e dava ré. Mas sempre apareciam mais.

Posicionei-me  estrategicamente no meio do cruzamento e dali derrubei vários. Horas de treino com jogos em primeira pessoa se mostraram úteis naquele momento. Pow, pow… e eles caíam como frutas maduras.

Enquanto isso, Doug e Amy resistiam. O engomadinho se transformou. Parecia Danny Trejo em Machete. Sangue pútrido espirrava para todo lado. Antes de cair, Amy arrombou a segunda porta. A garota foi profissa, mas ninguém dura muito só com um pé de cabra. Uma pena. Gostava daquela menina.

Quando vi Phil vindo em nossa direção, resolvi trocar de lugar com Doug e tentar entrar na casa. Lá dentro eu poderia vasculhar tudo e encontrar talvez umas garrafas e um pouco de gasolina, hehe! Phil e Doug ficaram no cruzamento mas não foram capazes de conter a horda. Aqueles malditos runners começaram a aparecer. Ambos caíram ao mesmo tempo.

Fiz o possível. Estava sozinho e havia estourado vários deles. Mas um puto apareceu não sei da onde e me pegou. Nossa missão acabou. Eles venceram.

Switch City ainda está lá. Infestada. Você acha que consegue sobreviver?

Ned.

texto: Pokeboy

revisão: dfmcosta